
Como contratar PJ sem criar vínculo empregatício
A contratação de prestadores PJ cresceu exponencialmente no Brasil. No entanto, muitos empresários ainda cometem erros que podem levar à requalificação do vínculo como CLT pela Justiça do Trabalho.
Você sabia que basta o descuido em quatro fatores – Subordinação, Habitualidade, Onerosidade e Pessoalidade (SHOP) – para a relação ser considerada um vínculo empregatício?
Este guia vai te mostrar como evitar completamente esse risco, garantindo uma relação legal, eficiente e segura com prestadores PJ.

Entenda o Que É um PJ e Como a Legislação Enxerga Essa Relação
Um PJ (Pessoa Jurídica) é um profissional que presta serviços através de uma empresa, emitindo nota fiscal. Segundo o Código Civil (Art. 593), a prestação de serviço se configura quando alguém “se obriga a prestar à outra pessoa um serviço determinado, mediante retribuição”.
Ao contrário da CLT, não existe subordinação direta, nem jornada fixa. O foco é no resultado da entrega.
Legislações aplicáveis:
Código Civil
Lei da Liberdade Econômica (Lei 13.874/2019)
Lei do Simples Nacional
Jurisprudência da Justiça do Trabalho
SHOP: Os 4 Riscos do Vínculo Empregatício
A sigla SHOP representa os elementos que caracterizam vínculo de emprego:
Subordinação: o profissional obedece ordens e hierarquia direta.
Habitualidade: o trabalho é realizado de forma contínua.
Onerosidade: há contraprestação financeira regular.
Pessoalidade: o trabalho só pode ser feito por aquele indivíduo.
Basta dois desses elementos para configurar vínculo. O segredo está em quebrar o SHOP no comportamento, cultura, comunicação e contrato.
Passo a Passo para Contratar um PJ com Segurança Jurídica
Comportamento: Treine sua equipe
Evite linguagem como "funcionário", "patrão", "superior".
Não exija ponto, uniforme ou jornada fixa.
Evite dar ordens diretas. Use comunicações baseadas em metas e resultados.
Cultura: Estabeleça uma nova mentalidade
Crie políticas internas que diferenciem prestadores de serviços dos colaboradores CLT.
Mostre que o PJ é um parceiro e não um subordinado.
Comunicação: Documente tudo com clareza
Toda comunicação deve deixar claro que o PJ é independente.
Utilize e-mails formais, propostas comerciais e relatórios de entregas.
Contrato: A base jurídica da relação
Um bom contrato deve conter:
Cláusula de ausência de vínculo empregatício
Liberdade de horário e local de trabalho
Permissão de substituição por outro profissional
Obrigação de emissão de nota fiscal
Remuneração por resultado e/ou produtividade
Cláusulas de não subordinação e autonomia

Documentação e Obrigações do PJ
Documentos obrigatórios:
Contrato de prestação de serviços
Cartão CNPJ
Alvará (se necessário)
Certidões negativas de débito
Nota fiscal de serviços
Comprovantes de pagamento
Dica prática:
Mantenha uma pasta digital e física com toda a documentação atualizada e treine sua recepção para apresentar essa documentação a eventuais fiscalizações.
Simulação Comparativa: CLT vs PJ
Para entender a diferença prática e financeira entre contratar um profissional como CLT e como PJ, vamos considerar um exemplo realista: um profissional que recebe R$ 10.000,00 mensais.
Na contratação CLT, além do salário bruto, o empregador é obrigado a arcar com diversos encargos trabalhistas. Os principais são:
INSS Patronal (20%), que representa R$ 2.000,00;
FGTS (8%), equivalente a R$ 800,00;
Férias com adicional de 1/3 constitucional (11,11%), somando aproximadamente R$ 1.111,00;
13º salário (8,33%), que representa R$ 833,00.
Somando todos esses encargos obrigatórios, o custo real da contratação CLT sobe de R$ 10.000,00 para cerca de R$ 14.744,00 mensais.
Já na contratação como PJ (Pessoa Jurídica), o valor negociado é aquele efetivamente pago. Se o acordo for de R$ 10.000,00 por mês, esse será o único custo direto para a empresa — sem encargos adicionais obrigatórios.
Portanto, a contratação PJ representa uma economia média de R$ 4.744,00 por mês, além de reduzir significativamente o risco de ações trabalhistas, desde que a relação esteja juridicamente estruturada.
FAQ: Perguntas Frequentes
1. Posso contratar um ex-funcionário como PJ?
Sim, mas com carência de 18 meses após o desligamento CLT, para evitar suspeita de fraude (conforme MP 927/2020).
2. É obrigatório ter contrato?
Sim. O contrato é a principal prova documental da relação de prestação de serviços sem vínculo.
3. Como evitar subordinação na prática?
Estabeleça metas e entregas, e não comandos diretos. Permita autonomia total sobre a forma de execução do serviço.
4. O PJ pode trabalhar dentro da empresa?
Sim, desde que o uso de instalações esteja descrito no contrato e não haja rotina imposta como em regime CLT.
Conclusão: Contratar PJs com Segurança É Possível e Vantajoso
Adotar o regime PJ para prestação de serviços pode reduzir custos e aumentar a eficiência, desde que realizado com o rigor jurídico necessário. Com um bom contrato, comportamento coerente e documentação em dia, sua empresa pode usufruir da liberdade e economia que o PJ proporciona — sem correr riscos trabalhistas.
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